Esta
aconteceu com um colega meu, ilustre e altamente competente advogado atuante nos
tribunais do Júri das terras bandeirantes por mais de três décadas.
A
pedido de um colega dele, que ia fazer seu primeiro júri inscrito pela
Assistência Judiciária, pois até então ele
só tinha feito júris acompanhando colegas e por isso não tinha
experiência e pediu este apoio.
Lá
foi meu amigo auxiliá-lo.
O
“novato” usava uma linda beca, estalando de novo que comprara para estreá-la
naquele dia e meu amigo chegou com sua beca surrada pelos longos anos de
tribuna.
Antes
de iniciar a sessão, ambos foram até o gabinete do juiz se apresentarem para
ele. O Magistrado deu as boas vindas e foi logo dizendo que não aceitaria que a
sustentação em plenário fosse feito por outro advogado que não aquele que era
nomeado pela Assistência.
Pois
bem, lá foram eles.
Iniciado
os debates, quando ainda o Promotor desenvolvia sua fala, o advogado novato se
ausentou para ir ao banheiro. Depois que voltou, dez minutos depois, lá foi ele
de novo ao banheiro.
Bom,
resumindo, o jovem advogado que ia fazer uso da palavra em seguida ao Promotor,
simplesmente estava com uma constrangedora situação de descontrole nervoso, que
o levou a ficar com uma tremenda e desenfreada diarréia.
O
Robertão (assim chamo carinhosamente meu amigo de longos anos de tribuna de
júri), entendendo a situação, e quando já estava terminando a fala da
Promotoria alertou o colega que seria impossível ele sustentar a defesa do réu,
visto que sequer conseguia controlar os intestinos e o esfíncter.
Foi
então que o Robertão foi até a mesa do juiz e discretamente falou da situação.
Se o Magistrado insistisse na sua posição de que o Advogado dativo é quem tinha
que falar, então ele teria que dissolver o Conselho de Sentença, pois o réu
estaria totalmente indefeso.
Então,
prudentemente ilustríssimo Juiz entendeu a situação e ante o impedimento
momentâneo do defensor dativo, autorizou meu colega a fazer a defesa do réu.
O
Robertão, como sempre, arrasou na sua oratória envolvente.
Final
da história, depois disso o advogado iniciante “deu baixa” na assistência
judiciária e sem ter utilizado sua beca uma única vez, nunca mais pegou outro
júri para fazer.
Entendeu
que não era sua praia.
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