domingo, 10 de novembro de 2013





Esta aconteceu com um colega meu, ilustre e altamente competente advogado atuante nos tribunais do Júri das terras bandeirantes por mais de três décadas.
A pedido de um colega dele, que ia fazer seu primeiro júri inscrito pela Assistência Judiciária, pois até então ele  só tinha feito júris acompanhando colegas e por isso não tinha experiência e pediu este apoio.
Lá foi meu amigo auxiliá-lo.
O “novato” usava uma linda beca, estalando de novo que comprara para estreá-la naquele dia e meu amigo chegou com sua beca surrada pelos longos anos de tribuna.
Antes de iniciar a sessão, ambos foram até o gabinete do juiz se apresentarem para ele. O Magistrado deu as boas vindas e foi logo dizendo que não aceitaria que a sustentação em plenário fosse feito por outro advogado que não aquele que era nomeado pela Assistência.
Pois bem, lá foram eles.
Iniciado os debates, quando ainda o Promotor desenvolvia sua fala, o advogado novato se ausentou para ir ao banheiro. Depois que voltou, dez minutos depois, lá foi ele de novo ao banheiro.
Bom, resumindo, o jovem advogado que ia fazer uso da palavra em seguida ao Promotor, simplesmente estava com uma constrangedora situação de descontrole nervoso, que o levou a ficar com uma tremenda e desenfreada diarréia.
O Robertão (assim chamo carinhosamente meu amigo de longos anos de tribuna de júri), entendendo a situação, e quando já estava terminando a fala da Promotoria alertou o colega que seria impossível ele sustentar a defesa do réu, visto que sequer conseguia controlar os intestinos e o esfíncter.
Foi então que o Robertão foi até a mesa do juiz e discretamente falou da situação. Se o Magistrado insistisse na sua posição de que o Advogado dativo é quem tinha que falar, então ele teria que dissolver o Conselho de Sentença, pois o réu estaria totalmente indefeso.
Então, prudentemente ilustríssimo Juiz entendeu a situação e ante o impedimento momentâneo do defensor dativo, autorizou meu colega a fazer a defesa do réu.
O Robertão, como sempre, arrasou na sua oratória envolvente.
Final da história, depois disso o advogado iniciante “deu baixa” na assistência judiciária e sem ter utilizado sua beca uma única vez, nunca mais pegou outro júri para fazer.

Entendeu que não era sua praia.

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