“Os
advogados de defesa choraram”
Logo cedo o cidadão
estava na padaria bebendo e sendo inconveniente com todos os clientes que por
ali passavam. Então os funcionários resolveram colocarem-no para fora,
oportunidade em que ele se recusou, começou um bate-boca e a base de pontapés
ele teve que sair.
Voltou meia
hora depois armado com um 38 e da porta da padaria começou a atirar a esmo para
dentro do estabelecimento. Depois de descarregar a arma o resultado foi um
morto, uma pessoa ferida na coxa sem gravidade e outra também de leve na canela.
Nenhuma das
vítimas estivera envolvida com o desentendimento anterior, eram simples
clientes que tinham chegados depois.
Não teve
como a defesa não chorar, pois o drama foi com respeito a vítima fatal.
Assim
relatou os fatos a principal testemunha de acusação:
“Era uma dez horas da manhã mais ou
menos e eu tinha ido comprar pão. Meu netinho de 07 anos tinha ido comigo pois
tinha dormido em casa de sexta para o sábado. Estava eu na fila do pão quando ele me mostrou alguma moedas que tinha
e perguntou se dava para comprar um
pacote de bolacha recheada.
Neste
momento ela colocou a mãe na cintura e disse:
“Seu” Juiz, “magina” se meu neto
tinha que usar o dinheirinho dele para
comprar bolachas. Então eu disse, pega a bolacha que você quiser que a
Vó paga. Ele foi para o meio do corredor escolher a de sua preferência, quando
escutei “um monte” de tiros e uma gritaria de todo mundo. Corri para onde
estava o menino e ele “estava branquinho” peguei ele no colo e ele começou a
“ficar molinho, molinho” olhou para mim, e fechou os olhinhos e ....morreu no
meu colo.
Dotô...eu não devia ter deixado ele
ir pegar a bolacha....”
Neste
momento, pairava um silencio profundo em todo o tribunal.
Os jurados
choravam, parte do público chorava. O Juiz, segurou-se firme, mas tenso, para
onde se olhava se via um ou outro enxugando lágrimas com lenços.
Foi aí que a
bancada da defesa composta por experiente advogado com muitos anos de tribuna e
por uma advogada também vivida nas artes da defesa do júri, como seres humanos
normais...não teve como não chorar.
Na sua fala,
a defesa se recompôs, fez uma brilhante sustentação oral, mas não tinha jeito
que desse jeito. O réu foi condenado.
(No exercício da defesa no tribunal do júri é que
se aplica com mais exposição e publicidade os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Não
importa o crime ou o quanto ele seja terrível tem que haver sempre um advogado
(a) a representar o réu em sua defesa.
Como dizia
Ruy Barbosa: “Onde for apurável um
grão, que seja, de verdadeiro direito, não regatear ao atribulado o consolo do
amparo judicial.”)
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