sábado, 2 de novembro de 2013

“Os advogados de defesa choraram”

Logo cedo o cidadão estava na padaria bebendo e sendo inconveniente com todos os clientes que por ali passavam. Então os funcionários resolveram colocarem-no para fora, oportunidade em que ele se recusou, começou um bate-boca e a base de pontapés ele teve que sair.

Voltou meia hora depois armado com um 38 e da porta da padaria começou a atirar a esmo para dentro do estabelecimento. Depois de descarregar a arma o resultado foi um morto, uma pessoa ferida na coxa sem gravidade  e outra também de leve na canela.
Nenhuma das vítimas estivera envolvida com o desentendimento anterior, eram simples clientes que tinham chegados depois.

Não teve como a defesa não chorar, pois o drama foi com respeito a vítima fatal.

Assim relatou os fatos a principal testemunha de acusação:
“Era uma dez horas da manhã mais ou menos e eu tinha ido comprar pão. Meu netinho de 07 anos tinha ido comigo pois tinha dormido em casa de sexta para o sábado. Estava eu na fila do pão  quando ele me mostrou alguma moedas que tinha e perguntou se dava para  comprar um pacote de bolacha recheada.
Neste momento ela colocou a mãe na cintura e disse:
“Seu” Juiz, “magina” se meu neto tinha que usar o dinheirinho dele para  comprar bolachas. Então eu disse, pega a bolacha que você quiser que a Vó paga. Ele foi para o meio do corredor escolher a de sua preferência, quando escutei “um monte” de tiros e uma gritaria de todo mundo. Corri para onde estava o menino e ele “estava branquinho” peguei ele no colo e ele começou a “ficar molinho, molinho” olhou para mim, e fechou os olhinhos e ....morreu no meu colo.
Dotô...eu não devia ter deixado ele ir pegar a bolacha....”

Neste momento, pairava um silencio profundo em todo o tribunal.

Os jurados choravam, parte do público chorava. O Juiz, segurou-se firme, mas tenso, para onde se olhava se via um ou outro enxugando lágrimas com lenços.

Foi aí que a bancada da defesa composta por experiente advogado com muitos anos de tribuna e por uma advogada também vivida nas artes da defesa do júri, como seres humanos normais...não teve como não chorar.

Na sua fala, a defesa se recompôs, fez uma brilhante sustentação oral, mas não tinha jeito que desse jeito. O réu foi condenado.

(No exercício da defesa no tribunal do júri é que se aplica com mais exposição e publicidade os princípios constitucionais  da ampla defesa e do contraditório. Não importa o crime ou o quanto ele seja terrível tem que haver sempre um advogado (a) a representar o réu em sua defesa.

Como dizia Ruy Barbosa: “Onde for apurável um grão, que seja, de verdadeiro direito, não regatear ao atribulado o consolo do amparo judicial.”)

Nenhum comentário:

Postar um comentário